sexta-feira, 27 de maio de 2011

Casa de bonecas


- HELMER: Nora, por você eu trabalharia alegremente dia e noite. Suportaria tudo, preocupações e provocações; mas não há ninguém que sacrifique a sua honra pelo ente que ama.

- NORA: Milhares e milhares de mulheres têm feito isso.

- HELMER: Ah, você pensa e fala como uma criança insensata.

- NORA: Talvez. Você, porém, não pensa e nem fala como o homem a quem eu possa me unir como companheira. Uma vez tranquilizado, não sobre o que poderia acontecer comigo, mas sobre o risco que você corria - e quando não havia mais perigo, pelo menos no que se referia a você, você fez como se nada tivesse acontecido. Eu tornei a ser uma avezinha canora, a sua boneca, que você passaria a proteger com muito mais cuidado, pois percebeu quanto era delicada e frágil!! Ouça, Torvald: nesse momento tornou-se evidente para mim que vivi oito anos nesta casa com um estranho, a quem dei três filhos... Ah, nem vou continuar falando para não ter que lembrar disso. Tenho vontade de partir-me em mil pedaços.

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