segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Na margem do rio Piedra eu sentei e chorei

 Ele tirou a minha roupa e me penetrou com força, com medo, com vontade. Senti alguma dor, mas aquilo não tinha importância. Como sequer tinha importância o meu prazer naquele momento. Passava as mãos em sua cabeça, escutava seus gemidos, e agradecia a Deus porque ele estava ali, dentro de mim, me fazendo sentir como se fosse a primeira vez.
 Nos amamos a noite inteira - e o amor se misturava com sono e sonhos. Sentia-o dentro de mim, e o abraçava para ter certeza de que aquilo estava acontecendo mesmo, para não deixar que partisse de repente - como os cavaleiros andantes que algum dia habitaram o velho castelo transformado em hotel. As silenciosas paredes de pedra pareciam contar histórias de donzelas que ficavam esperando, das lágrimas derramadas, e dos dias sem fim à janela, olhando o horizonte, em busca de um sinal ou de esperança.
 Mas eu jamais passaria por isto, prometi a mim mesma. Não iria perdê-lo nunca. Ele sempre estaria comigo - porque eu escutei as línguas do Espírito Santo, olhando um crucifixo por trás de um altar, e elas disseram que eu não estava cometendo um pecado.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012