quinta-feira, 17 de março de 2011

Blues motel

Toque qualquer coisa, no meio da noite.
Um amor, hora marcada, alugue um na estrada.
Uma estrela decadente, um tropeço no espaço, guarde esse abraço.

No coração do Blues,
No coração do Blues.
Mais uma estória pra contar, um outro amor na longa estrada.
Blues Motel, Blues Motel, e sempre certo encontrar.
Marcas de batom, uísque na cama, e a emoção de uns,

No coração do Blues,
No coração do Blues.

Blues Motel, Blues Motel, e sempre certo encontrar.
Marcas de batom, uísque na cama, e a emoção de uns,

No coração do Blues.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Posso Contar Comigo

Eu garanto que o céu antigamente se mostrava mais azul
Por outro lado a América ficava bem mais norte do que sul
Eu admito que o futuro antigamente parecia bem maior
Por outro lado o perigo do passado no presente era menor

Hoje posso dizer que estive em frente do perigo
Mas tudo fica mais fácil quando existe algum amigo
Por isso quero dizer que já passei por maus bocados
Comendo em altos banquetes sem ficar empapuçado
Também já posso dizer que não é nada estar sozinho
Mas também quero ter meu Sancho pra lutar contra os moinhos!

Posso contar comigo numa solidão
Mas ter algum alguém do lado é melhor pro coração
Posso contar comigo numa solidão
Mas ter algum alguém do lado
Dentro de uma multidão!

Eu garanto que o rio antigamente só corria para o mar
E o vampiro só deixava suas marcas numa noite de luar
Eu admito que a cantiga de ninar daquela época era muito melhor
Mas a cantiga de acordar de hoje em dia tem um som muito maior

Hoje posso dizer que estive em frente do perigo
Mas tudo fica mais fácil quando existe algum amigo
Por isso quero dizer que já passei por maus bocados
Comendo em altos banquetes sem ficar empapuçado
Também já posso dizer que não é nada estar sozinho
Mas também quero ter meu Sancho pra lutar contra os moinhos!

Posso contar comigo numa solidão
Mas ter algum alguém do lado é melhor pro coração
Posso contar comigo numa solidão
Mas ter algum alguém do lado
Dentro de uma multidão!


(Ritz linda)

sábado, 5 de março de 2011

De "CANTO A MIM MESMO"

Quem é que vai por aí

Quem é que vai por aí
aflito, místico, nu?
Como é que eu tiro energia
da carne de boi que como?

O que é um homem, enfim?
O que é que eu sou?
O que é que vocês são?

Tudo o que eu digo que é meu,
vocês podem dizer que é de vocês:
de outro modo, escutar-me
seria perder tempo.

Não ando pelo mundo a lastimar
o que o mundo lastima em demasia:
que os meses sejam de vácuo
e o chão seja de lama
e podridão.

A gemer e acovardar-se,
cheio de pós para inválidos,
o conformismo pode ficar bem
para os de quarta categoria;
eu ponho o meu chapéu como bem quero,
dentro ou fora de portas.

Por que iria eu rezar?
Por que haveria eu de me curvar
e fazer rapapés?

Tendo até os estratos perquirido,
analisado até um fio de cabelo,
consultado doutores
e feito os cálculos apropriados,
eu não encontro gordura mais doce
do que a inserida em meus próprios ossos.

Em toda pessoa eu vejo a mim mesmo,
nem mais nem menos um grão de mostarda,
e o bem ou mal que falo de mim mesmo
falo dela também.

Sei que sou sólido e são,
para mim num permanente fluir
convergem os objetos do universo;
todos estão escritos para mim
e eu tenho de saber o que significa
o que está escrito.

Sei que sou imortal,
sei que esta minha órbita não pode
ser traçada
pelo compasso de um carpinteiro qualquer.
Sei que não passarei
assim que nem verruga de criança
que à noite se remove
com um alfinete flambado.

Eu sei que sou majestoso,
não vou tirar a paz do meu espírito
para mostrar quanto valho
ou para ser compreendido:
tenho visto que as leis elementares
jamais pedem desculpas.
(Eu reconheço que afinal de contas,
não levo meu orgulho
além do nível a que levo a minha casa.)

Existo como sou,
isso é o que basta:
se ninguém mais no mundo
toma conhecimento,
eu me sento contente;
e se cada um e todos
tomam conhecimento,
eu contente me sento.

Existe um mundo
que toma conhecimento,
e este é o maior para mim:
o mundo de mim mesmo.
Se a mim mesmo eu chegar hoje,
daqui a dez mil ou dez milhões de anos,
posso alcançá-lo agora bem-disposto
ou posso bem-disposto espetar mais.

O lugar de meus pés
está lavrado e ajustado em granito:
rio-me do que dizem ser dissolução
- conheço bem a amplitude do tempo.


(WALT WHITMAN)

sexta-feira, 4 de março de 2011

Judy Blue Eyes

Para se ter uma noção, essa música para mim está quase no mesmo nível de Bell Bottom Blues. Quem entende sabe do que estou falando. Ó que lindo:

Está chegando ao ponto
Em que eu não me divirto mais
Sinto muito.
Às vezes dói tanto
Que tenho que chorar estrondosamente
Estou só.
Eu sou seu, você é minha,
Você é o que é
E você torna difícil...

Se lembra do que dissemos, fizemos e sentimos
Sobre nós
Oh baby, tenha piedade
Não deixe o passado lembrar-nos do que não somos agora.
Não estou sonhando.
Eu sou seu, você é minha, você é o que é.
E você torna difícil...

Levando você pra longe de mim agora,
Você está livre e eu estou chorando.
Isso não quer dizer que eu não te amo,
Eu te amo, isso é pra sempre e sempre.
Eu sou seu, você é minha, você é o que é.
E você torna difícil...

Algo aqui dentro está me dizendo que
Eu tenho seu segredo. Você ainda está ouvindo?
Medo é o cadeado, e a risada é a chave pra seu coração.
E eu te amo.
Eu sou seu, você é minha, você é o que é
E você torna difícil...
E você torna difícil...

Sexta de noite, Domingo de tarde,
O que você tem a perder?
Terça de manhã, por favor vá embora, estou cansado de você.
Posso dizer como é?
Me ajude, eu estou sofrendo.
Me escute, baby, me ajude, estou morrendo.
É meu coração que está sofrendo, que está morrendo
Isso é o que tenho pra perder.
Eu tenho a resposta
Eu vou voar pra longe
Você virá me ver nas Quintas e Sábados?
O que você tem a perder?

Canário castanho, canário garganta-rubi
Cante uma música, não demore
Me guie até a essência.
Vozes dos anjos, sinos repicando em torno do luar
Me perguntando, dizendo ela é tão livre,
Como você pode capturar o canário?

Dama de fala alegremente rendada, perdendo amor, lamuriando
Mude minha vida, faça certo.
Seja minha dama.